Entre Nós #2
- Beatriz Samaia
- 6 de jun.
- 3 min de leitura
Oi meninas,
Essa semana postei um Reels sobre um episódio simples aqui em casa: meu filho derrubou o suco. Foi no meio da rotina, em um momento qualquer do dia. Mas aquilo me fez pensar. Me vi diante de três caminhos possíveis o mais reativo, o mais prático e o mais exigente, aquele que me convidava a respirar fundo, olhar meu filho como um ser em formação e não apenas como alguém que cometeu um erro.
Escolhi o mais difícil.
Não porque sou melhor. Mas porque tenho lembrado, todos os dias, que educar não é sobre corrigir uma atitude isolada. É sobre formar uma pessoa. E formar uma pessoa exige mais da gente do que qualquer outro trabalho que já tenhamos feito.
A maternidade tem me ensinado isso de forma muito concreta. Não é uma coleção de momentos lindos como as redes sociais muitas vezes tentam mostrar. É serviço, doação, renúncia, cansaço…e ao mesmo tempo, é transformação, sentido, beleza. Um tipo de amor que nos faz ultrapassar nossos próprios limites, um amor que molda, não só os nossos filhos, mas também a nós mesmas.
Edith Stein, uma enorme referência para mim, dizia que a mulher carrega em si uma vocação natural à doação, ou seja, uma capacidade de olhar para o outro com profundidade, de compreender, de acolher, de formar. E talvez seja por isso que tantas vezes a maternidade seja também um caminho de santificação. Porque ela nos convida a sair de nós mesmas para acolher o outro, a cuidar do outro, a entregar nosso tempo, nosso corpo, nossos planos para formar alguém.
E isso não nos diminui como a sociedade atual tenta nos convencer. Pelo contrário, nos eleva. Nos aproxima do que é essencial. Nos ensina a colocar as coisas deste mundo na perspectiva certa. Pode ter dias em que isso tudo parece demais, e está tudo bem se você sentir isso. Eu também sinto. Mas nesses dias, te convido a lembrar: muito custa aquilo que muito vale.
E a vida dos nossos filhos, a alma que estamos ajudando a formar, vale muito. Vale cada lágrima, cada oração cansada, cada manhã difícil, cada paciência que você precisou buscar lá no fundo. Vale até as vezes em que você achou que tinha falhado, porque até nesses momentos você estava tentando, e isso também é formar.
Eu entendo que pode ser difícil encontrar valor nesse trabalho silencioso que quase ninguém vê. Ele não recebe aplausos, nem prêmios, nem reconhecimento imediato. Mas é justamente aí que está sua beleza e sua força. Porque quem realmente precisa ver…vê. A criança que cresce segura e amada. O coração que se molda em silêncio. E Aquele que tudo vê, ainda que em segredo, e conhece cada intenção, cada gesto, cada renúncia feita por amor.
É nesse olhar que está o verdadeiro valor da sua entrega. E é nele que vale a pena permanecer. Termino essa carta com uma indicação de livro para quem quer entender mais do papel da mulher e se fortalecer para viver na sociedade atual sem perder de vista o que realmente importa: A Mulher: A Sua Missão Segundo a Natureza e a Graça, de Edith Stein. Como falei na carta passada, Sao Josemaria Escrivá e Edith Stein são grandes referências para mim. A maternidade não é apenas uma função, ela é uma missão que nos leva a tocar o Céu. Fiquem com Deus.
Com carinho, Beatriz Samaia
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